Dermatologia Clínica | Cirurgia Dermatológica | Cirurgia Micrográfica de Mohs


CRM 112.006 RQE 35.642


Oncologia Cutânea
Câncer de Pele
O câncer da pele é uma doença comum no Brasil e corresponde a praticamente 1/3 de todos os tipos de câncer diagnosticados. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. Ou seja, a maioria dos tumores de pele diagnosticados não resultarão em morte do paciente, nem na necessidade da realização de quimio ou radioterapia, mas sim poderá ser tratada e até mesmo curada apenas com o tratamento correto.
Na maior parte dos casos, o tratamento cirúrgico é o padrão ouro, ou seja, o principal método resolutivo, sendo a cirurgia micrográfica a melhor forma de abordagem da área.
Sendo assim, quanto antes for realizado o diagnóstico e o tratamento correto, maiores as chances de cura.
O que é o câncer de pele ?
O câncer de pele surge quando ocorre o crescimento anormal e descontrolado das células que constituem a pele. Já sabemos que a pele não é um órgão estático, ela está diariamente renovando suas células, eliminando as “velhas” ou “defeituosas”… Quando estas células “defeituosas"por algum motivo não são eliminadas, começam a crescer de forma desorganizada e formam o câncer de pele. Eles podem ter um poder destrutivo local maior (como os carcinomas basocelulares) ou podem ter uma facilidade para invasão de vasos sanguíneos que irrigam a região, transportando suas células pela corrente sanguínea e assim acessando outros tecidos gerando as temidas metástases (que são mais precoces no melanoma).
Tipos de de Câncer de Pele:
Há muitos tipos e subtipos de câncer de pele. Os mais comuns no Brasil são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. O melanoma é um tipo mais agressivo de câncer da pele e possui uma freqüência menor na população brasileira quando comparado a esses dois. Vamos conversar um pouco sobre os tipos mais discutidos na mídia...
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Câncer de pele Não Melanoma
Se refere a uma série de tumores, dos quais os mais frequentes na população brasileira são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Apesar de serem muito frequentes, ambos são tumores com baixa taxa de mortalidade e alta possibilidade de cura, principalmente quando diagnosticados em estágios iniciais e tratados de forma adequada.
No entanto, precisamos lembrar que mesmo esses tumores que apresentam baixa mortalidade, há subtipos deles que apresentam maior agressividade e maior facilidade para dominar o local onde estão atuando, podendo sim abranger grandes áreas, proporcionando cicatrizes inestéticas e até mesmo problemas funcionais, sendo, em casos mais extremos, responsáveis até mesmo pelo óbito do paciente caso não sejam devidamente tratados.
Carcinoma basocelular (CBC): é o mais comum dentre todos os tipos. Surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas, mas podem se desenvolver também em áreas protegidas. Seu nome vem do local de onde as células da pele com seu DNA alterado não são eliminadas e começam a crescer desenfreadamente, a camada basal da pele.
Carcinoma espinocelular (CEC): é o segundo tipo mais comum de câncer de pele no Brasil. Seu nome vem da camada da pele onde as células alteradas não são devidamente eliminadas e começam a proliferar, nas células escamosas da pele. Tem grande relação com a radiação a que o paciente foi exposto durante toda a vida e é mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço apesar de poder se desenvolver em qualquer parte do corpo. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa mas não a única a desencadear os tumores. Feridas crônicas, queimaduras, cicatrizes, pacientes transplantados ou com exposição crônica a certos agentes químicos ou à radiação possuem maior chance de desenvolver esses tumores do que a população sem esses fatores de exposição.
2. Câncer de pele Melanoma
Melanoma:é menos frequente que os anteriores, porém tem um índice de mortalidade maior e este é o motivo pelo qual seu diagnóstico costuma vir junto de uma apreensão maior entre os pacientes. Contudo, quando detectado precocemente, suas chances de cura são altas, de mais de 90%.
O melanoma surge nas células chamadas melanócitos que são células originadas da crista neural, produtoras de melanina (pigmento que confere cor a pele, cabelo) e localizam-se não apenas na camada inferior da epiderme, como também em outros locais como nas meninges, mucosas, na úvea (olho) e no ouvido interno. A melanina é um importante mecânicas de proteção contra os raios UV, além dos melanócitos também exercerem um papel importante no sistema imunológico.
Seu surgimento tem relação importante com queimaduras prévias, sendo a causa mais frequente as queimadoras de Sol em paciente com pouca melanina, ou seja, pele mais clara como fototipo I e II. Seu aspecto mais comum é ter a aparência de uma “pinta"ou um “sinal"que vai crescendo e mudando de cor, podendo em casos a apresentar sangramentos espontâneos. Em estágios iniciais, conseguimos realizar a retirada completa, aumentando as chances de cura do paciente.
# Dicas
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O câncer de pele pode surgir num local onde não havia nada na pele, ou pode surgir junto de uma lesão benigna do paciente. Sendo assim, é muito importante o auto-conhecimento. A avaliação mensal do seu corpo com a ajuda de um conhecido ou do próprio espelho, ajuda a detectar as alterações mais precocemente. E qualquer mudança, busque um especialista para avaliar se é uma mudança típicos ou se há a necessidade de uma investigação.
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O surgimento de espinhas que não “saram” há mais de um mês, feridas que não cicatrizam, lesões que sangram sozinhas, machucados espessos que não cicatrizam, “pintas que cresceram “ou mudaram de cor, precisam ser avaliadas por um especialista.
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É sabido que o paciente que já apresentou 1 câncer de pele, tem uma chance maior de apresentar uma nova lesão ao longo da vida. Portanto é um paciente que requer um acompanhamento dermatológico mais próximo e precisa estar atento a sua pele sempre. Na mudança ou surgimento de novas lesões, sempre buscar uma especialista que possa orientar.
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Campo de Cancerização - pacientes que possuem um passado de grande exposição solar, costumam ter sinais de danos causados pela intensa e prolongada radiação a que essa pele foi exposta. É muito comum (principalmente em pacientes mais claros) a presença de sinais desse fotodano intenso associado a queratoses actínias. Hoje já é sabido que, mesmo sem visualizarmos, muitas células na epiderme podem já estar com algum grau de alteração (alterações subclínicas) e com maior risco de desenvolvimento de lesões de câncer de pele nestes casos. As queratoses actínicas podem permanecer estáveis por anos, da mesma forma que podem tanto regredir espontaneamente quanto se tornarem carcinomas espinocelulares invasivos. No momento nós não temos ainda como nos certificar qual será a evolução delas, sendo assim, é consenso na literatura, a indicação do tratamento precoce das mesmas. No caso do tratamento do campo de cancerização, é fácil entendermos que a radiação recebida pelo paciente não foi localizada, e sim numa área, e que se algumas células apresentam alteração, temos chances maiores de células próximas terem graus de danos variáveis (lesões subclínicas) e o seu tratamento tem como meta a prevenção do surgimento de novas lesões de queratoses actínias e de tumores de pele.
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Não tenha medo do diagnóstico. Quanto antes um câncer de pele for identificado, maiores as chances de cura, de evitamos as cicatrizes inestéticas e dos problemas funcionais.